sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

USP fabrica cachaça com qualidade semelhante a uísque 12 anos

Uma pesquisa realizada na Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da Universidade de São Paulo (Esalq-USP) mostrou que, com métodos adequados de produção, é possível obter uma cachaça com pureza e complexidade de aromas e sabores semelhantes às de um bom uísque ou conhaque.
Além de passar por um processo de dupla destilação, a bebida desenvolvida no Laboratório de Tecnologia e Qualidade da Cachaça, situado no campus de Piracicaba (SP), apresenta outro diferencial: o envelhecimento de dois anos em tonéis novos de carvalho importados da França.
“Cerca de 60% do sabor de uma bebida envelhecida vem da madeira. Os outros 40% dependem da forma como a destilação e a fermentação são conduzidas e da matéria-prima. O processo de produção, portanto, tem muito mais influência na qualidade final do destilado do que o tipo de matéria-prima do qual é feito”, disse André Ricardo Alcarde, coordenador do projeto de pesquisa apoiado pela FAPESP.
De acordo com Alcarde, a madeira libera durante o envelhecimento uma série de compostos que melhoram as características sensoriais da bebida, como, por exemplo, a vanilina. A cada novo uso do barril, porém, o processo de extração desses elementos se torna mais demorado e menos homogêneo.
“Como o carvalho não é uma madeira disponível no Brasil, o custo de importação é alto e a legislação brasileira não especifica regras para o envelhecimento de cachaça, muitos fabricantes recorrem a tonéis já extensivamente utilizados na produção de vinho ou de uísque”, afirmou Alcarde.
Alguns produtores empregam barris feitos com madeiras tropicais. Há também muitas aguardentes que nem sequer passam pelo processo de envelhecimento.
No caso do uísque produzido na Escócia, explicou Alcarde, a legislação exige ao menos três anos de envelhecimento em carvalho – ainda que o tonel não precise ser de primeiro uso. Já o bourbon norte-americano deve ficar no mínimo dois anos em tonéis novos antes de ser comercializado.
“Nosso objetivo foi avaliar como a cachaça se comportaria ao ser envelhecida em tonéis novos de carvalho, algo que não é feito no Brasil”, disse o pesquisador.
A avaliação foi conduzida durante o doutorado de Aline Marques Bortoletto, com apoio de Bolsa da FAPESP. Para a realização do projeto, uma destilaria foi montada dentro do laboratório coordenado por Alcarde na Esalq.
“A cachaça produzida no Brasil, de maneira geral, passa por apenas uma destilação. Mas nós precisávamos de uma bebida feita de maneira tão criteriosa quanto um uísque ou um conhaque reconhecido internacionalmente”, afirmou Alcarde.


A dupla destilação, explicou, ajuda a eliminar compostos indesejáveis, como o cobre, alguns aldeídos que podem causar dor de cabeça e o carbamato de etila – substância potencialmente cancerígena. Também são eliminados certos tipos de ácidos orgânicos responsáveis pela sensação de “arranhar” a garganta.
“Com a dupla destilação, conseguimos eliminar quase 99% do carbamato de etila. O líquido fica muito mais puro, com teor acertado de álcool e menos prejudicial à saúde pública”, comentou o pesquisador.

Fonte: http://info.abril.com.br/noticias/ciencia/2015/02/usp-fabrica-cachaca-com-qualidade-semelhante-a-uisque-12-anos.shtml

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

O rótulo da cachaça faz toda diferença

Pare para pensar, quantas vezes você já chegou à frente da gondola do supermercado e se deparou com uma infinidade de produtos da mesma linha a sua disposição? cores e formatos variados não faltam para te entreter, o consumidor mais desatento na maioria das vezes acaba pegando o produto com a embalagem que mais o agrada, mas para o consumidor mais detalhista a degustação da infinidade de rótulos é um passatempo tão divertido quanto consumir o produto em si.

Com a cachaça também não é diferente, no Brasil a uma infinidade de marcas disponível, no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento existem cadastradas 4 mil marcas, tendo sua grande parte concentrada na região sudeste nos estados de São Paulo e Minas Gerias, estipula-se também que no pais há 40 mil produtores, gerando por ano 1,2 bilhões de litros o equivalente para encher dois Maracanãs só com cachaça.

Este grande número disponível no mercado, beneficia o consumidor, que tem um amplo catalogo de bebidas para escolher deixando a grande incógnita e tirando o sono de muitos empresários e diretores de marketing. Até onde a embalagem ajuda na venda da minha cachaça?

O Doutor em ciências e tecnologias de alimentos, João de Deus Souza Carneiro em seu estudo dos fatores da embalagem e do rótulo de cachaça no comportamento dos consumidores, afirma que há cinco fatores a serem primordiais, sendo eles tipos de embalagens, marca, ilustrações, informações sobre o tempo de envelhecimento, informações sobre o tipo de madeira usado no tonel para envelhecer a cachaça.

Em uma analise técnica, Roberta Scatolim, doutoranda em desing pela UNESP de Bauru diz “reconhecimento do produto pelo rótulo, o usuário pode tornar tangível segurando a embalagem, cheirando e experimentando. O reconhecimento do produto implica no contato visual ou mesmo no uso anterior”.

E ainda temos o fator histórico e social, que transforma a cachaça a ser testemunha ocular da historia do país, como afirma Lucia C. M. Dias, Especialista em Comunicação e Marketing na Escola Superior de Propaganda e Marketing “no aspecto sociocultural, a embalagem assume a expressão da cultura e do estágio de desenvolvimento de empresas e países, constituindo uma nova forma de expressão artística e cultural dentro da sociedade de consumo”.

A UNESP (Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho") realiza o Concurso de Qualidade Cachaça de Alambique que em sua ultima edição, na categoria, melhor apresentação de produto teve como vencedora a Middas Cachaça, produzida em alambique, a marca inovou ao acrescentar como diferencial ouro comestível, segundo Leandro Dias, CEO da Dias de Ouro empresa detentora da Marca Middas “o concurso vem trazer visibilidade e trazer reconhecimento para o excelente trabalho dos produtores de cachaça de alambique”.


imagem: instagram.com

Quer enriquecer o seus repertorio sobre embalagens de cachaças? O site Mapa da Cachaça mantem uma sessão legal com rótulos cadastrados, confiram aqui e se delicie com rótulos de todo o país. http://www.mapadacachaca.com.br/rotulodecachaca/.

Por Peter Vetelli

Fontes:


Cachaça & Negócios

Apreciar uma boa cachaça vai além de um simples costume, é uma arte, uma arte desenvolvida pelos nossos ancestrais com técnicas simples que passado de geração foi se desenvolvendo e preservando aquilo que há de melhor nesta bebida que ganhou o mundo, a arte.
Mas do que um simples processo de colheita, moagem, fermentação, destilação e envelhecimento, a fabricação de uma boa cachaça é muito mais complexa e exigem cuidados em todas essas etapas, cuidados esses que para quem é apreciador faz toda a diferença e torna magico o momento impar de apreciar a cachaça.
Para acompanhar a movimentação das empresas deste ramo, das cachaças de alambique e das cachaças industriais, sanar duvidas, trazer novidades, mostrar novas tecnologias, acompanhar de perto tendências e movimentações o blog, Cachaça e Negócios é feio para você, entusiasta da cachaça, empresários, investidores, para tratar de assuntos que estão em pauta, sempre com uma linguagem de fácil entendimento trazendo uma visão detalhada e imparcial.


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